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«Este blog não respeita o acordo ortográfico (AO90), por ser um atentado inaceitável à língua de Camões e de todos os Portugueses! E você, vai fazer parte deste atentado à língua Portuguesa, escrevendo segundo a aberração do AO90?»

A Inércia” de um povo;


"Um dos males de um país é a inércia dos cidadãos e a incapacidade da sociedade civil para se afirmar e ser um contra-poder às instituições".
R. Eanes




segunda-feira, 12 de outubro de 2015

TTIP; Tratado de Escravatura Global, entre os EUA e a Europa

TTIP; Tratado de Escravatura Global, entre os EUA e a Europa





Estranhamente (ou não) em Portugal os meios de Comunicação Social Portuguesa sofrem de uma estranha "inércia" e brutal surdina em relação a este tema. Não têm dado a mínima importância a este tratado (TTIP); que anda a ser cozinhado nas costas de todos os cidadãos Europeus. Um tratado que entre outras brutalidades, a sua principal afronta ao cidadão é a promoção da escravatura laboral em larga escala.
Será também um enorme atentado às Democracias e soberanias dos países!


Precariedade e escravização.





Negociações secretas e vazamento de informações...

As negociações continuaram secretas mesmo depois de um primeiro rascunho ter vazado para a imprensa.


"Fica aqui alguns capítulos desse pré-acordo lesivo, quer para os Estados quer para os cidadãos".




O capítulo II, artigos 3° a 18, contém princípios gerais para o investimento. O artigo 14º contém regras propostas que proíbem os governos de, directa ou indirectamente, "nacionalizar, desapropriar", a menos que seja para uma finalidade pública, observado o devido processo legal, em uma base não-discriminatória e mediante compensação

O capítulo IV,  artigos 24 a 28, permitiria a livre circulação, por todos os países signatários do acordo, de gerentes e outros funcionários de uma empresa,  para fins de trabalho temporário. [8] No entanto, o artigo 1 (2) deixa claro que a livre circulação de trabalhadores e cidadãos em geral não seria mais permitida. Continue lendo aqui!



TTIP eCETA, O QUE SÃO?

Actualmente há vários tratados em negociação, entre eles – TTIP, CETA, TPP, TISA (1) – que oficialmente, visam liberalizar o comércio e o investimento em vastas zonas do globo, mas, na verdade, o principal objectivo é construir e legitimar um novo paradigma de poder corporativo das grandes empresas sobre os estados-nação. Enquanto o CETA abrange a UE e o Canadá, o TTIP engloba a UE e os EUA. Ambos os tratados propõem o ISDS para resolver conflitos entre o estado e as grandes empresas. Este mecanismo recorre a tribunais privados – os tribunais arbitrais – e permite às empresas processar o estado e exigir pesadas indemnizações, na sequência da mudança de políticas que considerem ameaçar a sua expectativa de lucros. No entanto não permite que o estado processe as empresas que lesem o ambiente ou o bem-estar das populações. No TTIP e no CETA a cláusula da soberania corporativa permite que o ISDS vigore durante 3 anos após a eventual rejeição do tratado pelos parlamentos, protegendo os investimentos feitos nesse período e mesmo anteriormente.

Para além da redução das tarifas alfandegárias, já pouco significativas, o TTIP visa sobretudo a harmonização das barreiras regulatórias pois são elas que, sendo muito diferentes nos dois lados do atlântico, restringem a livre circulação de bens e serviços.

Este processo poderia constituir uma oportunidade para aumentar o grau de exigência na protecção dos consumidores através de um nivelamento por cima. Mas, ao invés, foi transformada na oportunidade para aumentar as expectativas de lucro ao optar por operar o nivelamento por baixo através da exacerbação da concorrência.

A redução dos padrões de qualidade que ignoram o princípio da precaução, ainda em vigor na UE, a tónica na privatização dos serviços públicos, dos bens naturais comuns (água, sementes, biodiversidade), a redução dos salários e dos direitos dos trabalhadores, a desregulamentação do mercado financeiro, a limitação da liberdade de expressão e a não protecção de dados na Internet, bem como a redução das normas de protecção ambiental, de segurança e de soberania alimentar são algumas das consequências previsíveis. Para além disso, sendo o tecido empresarial europeu, constituído maioritariamente por PMEs, será fortemente depauperado pela concorrência com as grandes empresas americanas, agora em pé de igualdade. Entretanto, os benefícios económicos proclamados são marginais para a sociedade em geral, mesmo no melhor cenário hipotético.


Ao longo das negociações a Comissão Europeia (CE) auscultou sobretudo os representantes dos grupos económicos e financeiros de ambos os lados do Atlântico e, apenas 9% das reuniões envolveu grupos de interesse público. De realçar que no último inquérito à opinião pública, o mais participado de sempre e que não foi divulgado em Portugal, a CE decidiu não levar em conta a esmagadora maioria das opiniões dos cidadãos que se pronunciaram contra o ISDS.

O TTIP tem sido negociado em segredo e os próprios deputados europeus só com grandes restrições têm acesso a alguns dos textos em negociação. No entanto, o texto final do tratado será votado na íntegra pelo PE, sem possibilidade de alterações. A desregulamentação, ligada à harmonização das barreiras regulatórias, juntamente com o ISDS e as Comissões Regulatórias eliminam os mecanismos capazes de manter os equilíbrios entre o poder económico-financeiro e os interesses das populações e preconiza a destruição da própria democracia.


Em Outubro de 2014 um grupo de cidadãos alemães propôs a criação de uma Iniciativa de Cidadania Europeia (ICE) contra o TTIP e o CETA, a qual foi recusada pela CE. Na sequência desta recusa mais de 500 organizações europeias estão actualmente a promover uma ICE auto-organizada que já reuniu mais de 2,5 milhões de assinaturas. (Fonte, aqui!)   







Milhares de pessoas juntaram-se, este sábado, em Berlim, para protestar contra, entre outras coisas, a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, TTIP, que a União Europeia está a negociar com os Estados Unidos. A próxima ronda negocial está agendada para o final de outubro, em Miami.




Que é o TTIP? Legendas em português.








A última fuga de informação sobre as negociações do TTIP que fez manchetes em Julho, levou a C. Europeia a tornar públicos os relatórios sobre as rondas negociais, uma vez que até aí eram apenas distribuídos aos Estados- Membros (EM).

Segundo as fontes, a decisão seguiu-se a uma azeda troca de argumentos entre os políticos alemães, incluindo membros do Bundestag, o vice-chanceler Sigmar Gabriel e a Comissária Cecilia Malmström.

Em reacção a fugas de informação que abrangiam vários relatórios sobre as negociações, bem como outros documentos classificados, a Comissão decidiu providenciar o acesso dos EM ao último relatório da 10ª ronda (13-17/Julho) apenas na segurança da “sala de leitura” de Bruxelas.

Em consequência, e devido ao específico sistema de distribuição dos documentos classificados usado pela administração alemã, os membros do Bundestag ficaram sem acesso ao relatório. Isto obrigou o presidente do parlamento Norbert Lammert a emitir uma queixa contra o que considerava ser uma nova medida restritiva no acesso a documentos do TTIP.

Em declaração separada, Sigmar Gabriel pediu à Comissão para restabelecer o acesso dos governos europeus aos relatórios electrónicos das rondas negociais.

No seu blog de 21/Agosto, Malmström acentuou que “não há nenhumas restrições gerais novas” e descreveu o problema como sendo apenas uma medida temporária para prevenir futuras fugas de informação e assegurar “um mínimo de confidencialidade relativamente a documentos sobre as discussões internas e as deliberações tácitas”.

No sentido de evitar futuros desentendimentos, a Comissão irá publicar os relatórios detalhados sobre as negociações apenas no seu website, declarou Malmström. Justificou-se lembrando que uma das suas primeiras medidas como comissária foi a de aprofundar a transparência das negociações sobre o TTIP. “A partilha da informação com os governos nacionais e os deputados é a chave para assegurar o escrutínio democrático das negociações e dos debates informados baseados em factos”, disse Malmström.

Aludindo aos comentários de Gabriel, acrescentou que os negociadores precisam de “algum espaço de manobra para o debate interno”.

A Comissão tem sido severamente criticada devido á sua política de comunicação sobre as negociações em curso. Muitos políticos e membros da sociedade civil acusam-na de ocultar a maior parte da informação face ao público.

Num artigo para o Guardian, o deputado de Os Verdes Sven Giegold acusou Malmström, dizendo que a sua alegada transparência não passa de uma cortina de fumo. Acrescentou que a maioria dos deputados está tão às escuras como o cidadão comum sobre os detalhes das negociações. Sublinhou ainda que os mais importantes documentos sobre a essência das exigências americanas continuam a ser mantidos secretos.

Cecile Toubeau, Transports & Environment.org, 08/09/2015





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