A Verdadeira Natureza da União Europeia
Opinião de Paula Santos:
1. A evolução nas últimas semanas da situação na Grécia põe
a nu a verdadeira natureza da União Europeia.
Afinal onde está a tão propalada União Europeia humanista e
solidária? Não existe, tudo não passou de uma encenação que agora foi
desmascarada, mostrando a sua natureza predadora e desumana.
É inaceitável a pressão, a chantagem e a ingerência
exercidas pela União Europeia e pelo FMI sob o povo grego para impor a
perpetuação da política de empobrecimento, de exploração, de endividamento e de
submissão.
Atitude que revelou que o que importa para a União Europeia
e em particular para o directório das potências europeias dirigido pela Alemanha
é a manutenção do sistema capitalista e a salvaguarda dos seus interesses,
mesmo que para isso tenham de extorquir os recursos e as riquezas de um povo e
de um país.
Está também demonstrado que a União Europeia e o FMI não
pretendem resolver nenhum problema do povo grego, muito pelo contrário, são
directamente responsáveis pelo agravamento das suas condições económicas e
sociais, roubando-lhe todas as perspectivas de futuro.
Mais, as posturas da União Europeia e do FMI ficam marcadas
por um profundo desrespeito pela soberania e independência de um povo, assim
como pela liberdade e pelos princípios democráticos de um povo decidir sobre os
destinos do seu país.
O acordo firmado, ao arrepio da vontade popular, persiste
nas mesmas opções que conduziu a Grécia à situação em que hoje se encontra e
impõe mais “austeridade” a um povo que já a rejeitou liminarmente.
2. Em todo este processo importa também referir a total
conivência do Governo português e do Presidente da República com as imposições
da União Europeia e o FMI ao povo grego. Posição essa que é também acompanhada
pelo PS, contrária aos interesses nacionais, do povo e do país e que só
comprovam a total submissão de PS, PSD e CDS-PP aos ditames da União Europeia.
Alinhamento que se compreende à luz das opções políticas e
ideológicas que estes partidos defendem para o nosso país. PS, PSD e CDS-PP no
essencial, seguem pelo mesmo diapasão na continuação da política de direita, da
precarização das relações de trabalho, dos baixos salários, das privatizações e
do desmantelamento das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, em
benefício dos grandes grupos económicos e financeiros.
3. Os últimos desenvolvimentos confirmam a justeza das
propostas e soluções do PCP - a urgente renegociação da dívida nos seus prazos,
juros e montantes e o estudo e a preparação do país para a saída do Euro, que
se assumem como uma necessidade do povo e do país, de que não podemos
prescindir.
O desenvolvimento e o progresso social só são possíveis com
a ruptura com uma política de claudicação e de submissão aos ditames da União
Europeia e do directório de potências europeias.
O desenvolvimento e o progresso social só são possíveis com
uma política que defenda o primado dos interesses nacionais, que defenda os
sectores produtivos e a reindustrialização do país, a valorização dos salários e
pensões, o controlo público de empresas e sectores estratégicos da economia, as
funções sociais do Estado e dos serviços públicos e afirme a nossa soberania e
independência. (aqui)
É hora de os povos escolherem outro caminho para o seu futuro, democraticamente pelo voto, é hora de escolher diferente, escolher os que defendem os direitos do povo, e renegar os que defendem o alto capital, renegar os que defendem os "mercados" e sistema bancários em detrimento dos povos!!
É urgente eleger quem se propuser cortar com estas políticas destruidoras das sociedades!
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