Barragens do Alto Tâmega Põe em Risco Industria Extractiva de Lítio
Como é possível em Portugal gerir-se tão mal os recursos que o país tem?
Depósitos de lítio serão arrasados por uma barragens que só beneficiam a Iberdrola ou EDP e vai prejudicar as empresas extractoras já existentes de lítio e a economia do país, um mineral raro que vai ser o futuro de acumuladores de energia para automóveis eléctricos.
P´ra mais sendo Portugal considerado o 10º produtor mundial de lítio...
Mas os nossos (des)governantes acham que o interesse de algumas empresas se devem sobrepor acima de outras. E, assim vai este Portugal perdido nas brumas da memória...
Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto estão a estudar os impactos da construção da barragem do Alto Tâmega, no Norte do país, na extracção do lítio necessário para as indústrias vidreiras, de cerâmica e químicas.
"O que está em causa é pôr em risco uma actividade que já existe na actualidade com quatro empresas (indústria cerâmica e vidreira) e matar à nascença uma que poderia ser de mais-valia, que é o caso da extracção de minérios de lítio (por exemplo, espodumena) para a produção de concentrados de litiníferos, usados para criar derivados essenciais na fabricação de baterias para os carros híbridos ou eléctricos", explicou à Lusa o investigador Alexandre Lima.
De acordo com o geólogo, Portugal é considerado um dos dez maiores produtores a nível mundial de minérios de lítio, material que é também aplicado nas tecnologias para gerar e armazenar energia, fabricação de lubrificantes e produção farmacêutica e de ar condicionado bem como produção de ligas leves para a indústria aeroespacial.
Com o aumento do preço deste metal, "que triplicou nos últimos meses", "empresas de vários países contactaram a Universidade do Porto para verificar a possibilidade de desenvolver projectos de prospecção e avaliação em alguns dos depósitos de lítio portugueses para a indústria química".
Um desses exemplos é a indústria automóvel, em que a utilização deste material vai aumentar "de modo especial" devido à substituição do parque automóvel actual por carros híbridos e eléctricos e ao crescente armazenamento de energia em baterias gigantes para resolver problemas de fornecimento, referiu Alexandre Lima.
Segundo o investigador, o lítio vai ser ainda "estratégico", num futuro a médio e longo prazo, na área dos combustíveis para energia nuclear.
Há, no entanto, situações "que não podem ser controladas", como é o caso do ordenamento de território. "Neste momento estão a ocorrer alguns conflitos de interesse a nível de áreas que vão ser ocupadas por outras indústrias, nomeadamente para a construção das barragens previstas para o Norte de Portugal, que põem em causa este potencial".
"A fauna e flora têm mecanismos de protecção e de adaptação, mas os recursos geológicos só podem ser explorados no local onde se encontram", explicou, acrescentando que se forem inviabilizados alguns dos depósitos minerais de lítio em Portugal "pode-se condicionar o negócio na totalidade do território nacional, pois são necessários consideráveis volumes para que exista viabilidade económica deste tipo de projecto".
O investigador defende que uma das possibilidades para resolver esta questão é explorar primeiro os depósitos minerais que vão ser afectados, utilizando, posteriormente, o material que não servir para a indústria química na construção da barragem.
"Estamos na vanguarda em termos de investigação e em conseguir atrair a indústria mundial do lítio para o nosso país, mas vejo nuvens negras neste potencial se não houver salvaguarda dos recursos geológicos", concluiu o investigador.
As Facturas do Betão vão continuar?! Não Chega de Erros?
Iberdrola avança com primeira barragem em Portugal por 90 milhões
A eléctrica espanhola entregou a construção à Ferrovial. O projecto tem um custo de 90 milhões e vai ter a duração de quatro anos e meio.
A Iberdrola vai avançar com a primeira barragem em Portugal. A companhia adjudicou a barragem de Daivões à Ferrovial por 90 milhões de euros. O contrato tem um valor total de 91 milhões de euros com duração prevista de quatro anos e meio. fonte
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