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terça-feira, 27 de outubro de 2015

PR e sua Irresponsabilidade Política

A Insensatez do PR, conseguiu Unir as Esquerdas e Recebeu um Monte de Criticas Internacionais sem Precedentes...








Fica aqui para memória futura o momento em que o PR Cavaco Silva implodiu a nossa Democracia, na indigitação do PM Passos Coelho e, a suas polémicas declarações... Para quem dizia antes das eleições, que não queria um governo minoritário e que era preciso um governo com estabilidade política segurada. Eis que passadas as eleições ele faz exactamente o contrário do que tinha dito, nomeando um governo minoritário e que não se preocupando com a tal estabilidade.

Pois, antes já tinha dito, que não elegeria um governo à esquerda do psd/cds... 

Com isto vai criar uma instabilidade politica nunca antes vista em Portugal, mergulhando Portugal num autêntico pântano político, sendo sua e só sua a culpa da instabilidade política que posso se seguir...  Com isto dá uma péssima imagem para os mercados de que ele se dizia muito preocupado(?). Será que ele está mesmo preocupado com Portugal?




É um contrassenso, uma afronta à Lei mãe e aos Portugueses. O  que o nosso PR tem andado a fazer por estes dias, principalmente a falta de respeito pela Constituição da Republica e pelos 2.744.557 (2 milhões e 750 mil -+), que votaram nos partidos à esquerda da PaF. 

O PR quer banir do mapa político e provavelmente ilegalizar, os partidos à esquerda da PaF (ps, pcp e BE)...


Com esta vergonha e afronta aos povo até já há uma petição em andamento... A Petição Pedido de Demissão do Presidente da República!!!







"Ironicamente, muitos observadores notam que a aliança de esquerda do sr. Costa não é de modo nenhum o papão que foi pintado pelo presidente Cavaco Silva"



À cabeça das publicações mais críticas encontra-se o conceituado diário britânico The Telegraph, primeiro com um artigo da autoria de Ambrose Evans-Pritchard, que começa por conceder: "O presidente Cavaco Silva pode ter razão ao calcular que um Governo socialista em aliança com os comunistas precipitaria um confronto de primeira grandeza com os mandarins da austeridade da UE".


O "monstro" que Bruxelas criou

Aquilo que classifica como "o grande plano de reflação keynesiana do sr. Costa", acrescenta Evans-Pritchard, seria "inteiramente incompatível" com os mandamentos austeritários vindos de Bruxelas.

Acontece que, ainda segundo Evans-Pritchard, "o demencial tratado orçamental obriga Portugal a cortar a dívida até 60 por cento do PIB nos próximos 20 anos numa permanente armadilha de austeridade, e a fazê-lo exactamente da mesma forma como toda a Europa do sul está a tentar fazê-lo, e tudo sobre um pano de fundo de poderosas forças deflacionárias à escala mundial".

E comenta: "A estratégia de combater o massivo fardo da dívida do país através de um permanente apertar do cinto é em larga medida auto-destrutiva, visto que o efeito de um PIB nominalmente estagnado agrava a dinâmica da crise".

O articulista considera que "Portugal vai precisar de uma reestruturação da dívida quando vier o próximo abanão global". E lembra que "não há qualquer hipótese de a Alemanha concordar com uma união fiscal europeia em tempo útil para impedir que isto aconteça". 

À vista desta análise, não surpreende a conclusão política: "O sr. Cavaco Silva está realmente a usar o cargo para impor uma agenda política reaccionária, no interesse dos credores e doestablishment da zona euro e travestindo tudo isto com assinalával Chutzpah [nota do tradutor: descaramento] como defesa da democracia".


A concluir, Evans-Pritchard nota que "os conservadores portugueses e os seus media comportam-se como se a esquerda não tivesse direito legítimo a assumir o poder, e devesse ser mantida ao largo por todos os meios. Estes reflexos são conhecidos - e arrepiantes - para qualquer pessoa familiarizada com a História ibérica do século XX, ou da América Latina". E mais adiante: "Bruxelas criou realmente um monstro".



Também no mesmo The Telegraph, um outro artigo de Mehreen Khan nota que o discurso de Cavaco excluiu do poder a aliança de esquerda e, portanto, "não admira que esta posição tenha reforçado a esquerda radical no país".

A autora lembra que, "até à eleição deste mês, Portugal era considerado excepcional na Europa mediterrânica pela evidente inexistência de um movimento populista anti-austeridade nos moldes de Podemos em Espanha, ou com a popularidade do Syriza na Grécia".

"O seu obediente Governo era considerado 'mais troika do que a troika' pela sua zelosa aplicação dos cortes draconianos na despesa e pelos aumentos de impostos num afã de agradar aos credores"."Ironicamente, muitos observadores notam que a aliança de esquerda do sr. Costa não é de modo nenhum o papão que foi pintado pelo presidente Cavaco Silva"


Agora, que a crise está declarada, sucede que, "ao contrário dos governos tecnocráticos na Itália e na Grécia, Bruxelas não tem as suas impressões digitais sobre a arma em Portugal". Isto porque, explica, a actual crise "é inteiramente fabricada pelas elites políticas [portuguesas]".

Entretanto, trata-se de uma crise que "tem profundas consequências para a democracia no resto da zona euro", como parece denunciar a nervosa reação do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, ao comentar que "não gosta" do que vê em Portugal.

A concluir, afirma Mehreen Khan que, "ironicamente, muitos observadores notam que a aliança de esquerda do sr. Costa não é de modo nenhum o papão que foi pintado pelo presidente Cavaco Silva. Mas a intransigência dele bem poderá desencadear precisamente o tipo de forças anti-UE que supostamente lhe tiram o sono".



Na versão francófona do diário multinacional La Tribune, Romaric Godin, comenta que "o cálculo do presidente da República pode parecer de vistas curtas", mas, na verdade, "visa ganhar tempo para permitir uma dissolução do parlamento logo que seja possível, ou seja, seis meses depois da eleição presidencial prevista para janeiro".

Esta atitude mostra que "a direita portuguesa tenta contornar a votação de 4 de outubro instrumentalizando o euro e a UE. Ao fazer da moção de rejeição um voto por ou contra o euro, o inquilino do Palácio de Belém tenta dar à direita a maioria que as urnas não lhe deram". E este jogo, "a médio prazo, parece muito perigoso".



No diário convservador alemão Tagesspiegel, Elisa Simantke considera que "uma coisa é certa: seja como for que a luta pelo poder agora desencadeada em Portugal venha a resolver-se, o presidente Aníbal Cavaco Silva só pode perder. Já hoje o septuagenário de 76 anos é o presidente da República menos estimado que Portugal alguma vez teve". E contrasta esta cordial detestação do presidente com as taxas de popularidade que, considera, tinha nos anos 80 e 90 o Cavaco primeiro-ministro.

Entre os motivos para a antipatia por Cavaco Silva, cita a autora o modo "como ele fundamentou a sua decisão [de reconduzir Passos Coelho]. Disse ele que um Governo em aliança com forças anti-troika põe em perigo a 'segurança nacional', quando é de importância vital a colaboração com os investidores".





Na imprensa norte-americana, destaca-se o artigo de Daniel Marans, no Huffington Post, ao fazer notar como "o dilema colocado na ordem do dia em Portugal mostra como as imposições económicas da zona euro minam o empenhamento na democracia".

E cita o historiador António Costa Pinto, apoiante declarado da coligação encabeçada por Passos Coelho, que no entanto declarou àquele jornal norte-americano o seu repúdio pela tentativa de Cavaco Silva para ostracizar os partidos de esquerda.

Segundo Costa Pinto, "o presidente não pode excluir da democracia portuguesa dois partidos - o Bloco de Esquerda e dos comunistas - que representam um milhão de eleitores e 20 por cento do eleitorado português".






Um golpe de Estado. Silencioso, mas um golpe de Estado. É a expressão usada pelo economista Jacques Sapir num artigo de opinião publicado no site da revista francesa Marianne. Sapir censura a decisão de Cavaco Silva mas concentra críticas na “antidemocrática” União Europeia.

O economista começa por defender que é falsa a ideia de que a coligação Portugal à Frente venceu as eleições, uma vez que “uma maioria dos eleitores portugueses votou contra as medidas de austeridade”. 



“Qualquer outra decisão assemelha-se a um ato inconstitucional, um ‘golpe de Estado’”.

O economista aponta que o Presidente da República “não tem o poder de interpretar as intenções futuras para se opor à vontade dos eleitores” e que, a ser apresentado um acordo para um executivo de esquerda, Cavaco “deve dar-lhe uma oportunidade”.

“Qualquer outra decisão assemelha-se a um ato inconstitucional, um ‘golpe de Estado’”, aponta Sapir.

O ensaísta justifica a decisão de Cavaco Silva em rejeitar uma coligação de esquerda pelo receio de entrar em “confronto” com a União Europeia e o Eurogrupo. Jacques Sapir compara mesmo a atual situação ao impasse grego que marcou o último ano e culminou com a assinatura do terceiro resgate. 

O economista rejeita que Portugal seja a prova de que a austeridade resulta, apontando para o crescimento “muito precário” da economia e para os números do défice, da dívida pública e da taxa de desemprego. A culpa, defende Sapir, é da pouca produtividade do trabalho, cimentada numa mão-de-obra “mal ou pouco qualificada” e na falta de investimento.

“Nas décadas de 1980 e 1990, Portugal conseguiu acomodar a sua baixa produtividade com a desvalorização da moeda. Desde 1999 e com a entrada no euro, isto é impossível”, ressalva, voltando a apontar armas à moeda e às instituições europeias. 

“A responsabilidade do euro na situação económica de Portugal é inegável. Mas a responsabilidade das autoridades europeias no caos económica e político que poderá ocorrer é igualmente certa”.





A única e muito relativa excepção aqui recenseada para este tom condenatório na imprensa internacional é o relato de Raphael Minder no New York Times, ao afirmar que António Costa está a aplicar "uma estratégia de alto risco" que poderia levar o PS a "perder ainda mais votos se outras eleições forem convocadas em breve".

Além disso, o articulista daquele diário norte-americano subscreve a expectativa patenteada pelo presidente da República quanto a uma eventual rebelião dos deputados do PS, ao citar a opinião de um analista do Eurasia Group, Federico Santi, segundo o qual “quadros mais moderados [do PS] estão cada vez menos à vontade com a orientação que Costa tomou".

O jornalista do New York Times reconhece, contudo, que esta apreciação de Santi foi anterior ao discurso de Cavaco - o que poderá fazer toda a diferença. Fonte







As criticas de um PSD contra Cavaco Silva...


Pacheco Pereira: “Cavaco fez uma declaração de guerra a 2 milhões e 700 mil portugueses”


Em entrevista à Renascença, o social-democrata diz que "tudo aquilo que corra mal na economia portuguesa devido à instabilidade" passou a ser responsabilidade do Presidente e de Passos. Discurso de Cavaco está "no limite do legal" e une mais a esquerda.
Como é que vê a intervenção do Presidente da República (PR), que indigitou Pedro Passos Coelho e criticou a alternativa "inconsistente" da esquerda?

Acho absolutamente normal a decisão de indigitar Passos Coelho. Sempre o defendi. O que acho muito preocupante é tudo o resto que ele disse na sua intervenção. Está no limite do Constitucional e, portanto, no limite do legal. O que o PR fez foi dizer que uma parte importante dos portugueses não pode ter acesso ao poder político. Exclui partidos do livre jogo democrático. Ao fazer isso, só havia um passo seguinte a dar: ilegalizá-los, que no fundo é o conteúdo latente da intervenção do PR. Ou seja: esses partidos são menores, esses partidos não têm os mesmos direitos que os outros.

E que efeitos teve essa mensagem?

Isso teve, obviamente, um efeito contraproducente para as intenções do PR. Tornou praticamente impossível que os deputados do PS não apoiem a posição da direcção, gerou uma enorme indignação no PS, no BE e no PCP que torna mais fácil qualquer entendimento.

Ele fez uma declaração de guerra a 2 milhões e 700 mil portugueses que não votaram na coligação. Pior ainda: apesar de não o dizer com clareza, sugeriu que era impossível dar posse a um governo de esquerda. E ao fazer essa sugestão tem como implícito que deixará Passos Coelho num governo de gestão até poder haver eleições.

Que consequências resultam dessa decisão?

É uma solução completamente inaceitável, significa que tudo aquilo que corra mal na economia portuguesa devido à instabilidade passou a ser responsabilidade do PR e de Passos Coelho, caso ele aceite este tipo de posição. Porque a Assembleia da República (AR) tem legitimidade e isso significa que a AR, se por qualquer motivo impedir que haja um governo PSD/CDS, termina com a legitimidade que vem das eleições. O Governo não tem legitimidade para obrigar os outros partidos a votar nele. A partir do momento em que a Assembleia, através de uma moção, recuse esse governo, temos um conflito de legitimidades: a da Assembleia 'versus' a posição do PR e do Governo. E isso dá origem a uma enorme quantidade de conflitos.

E o que acontece a seguir?

O Governo está em gestão, ou seja, não pode tomar nenhuma decisão de fundo - e há várias decisões que têm que ser tomadas, até ao final do ano, por exemplo. O PR esqueceu-se que, se o Governo está em gestão, a Assembleia não está porque pode votar legislação.

Como é que ele vai fazer? Mete a legislação na gaveta? Manda para o Tribunal Constitucional? Atrasa a sua promulgação? Isso é quase que equivalente a um abuso e uma usurpação de poder.

Se o PR for coerente com as suas palavras, mantém Passos Coelho em gestão e não dá posse a um governo de esquerda. Ele não o diz com clareza, mas foi tão agressivo contra esses partidos - PS, BE e PCP - que ele próprio se limitou naquilo que pode decidir.

Toda esta situação é, em primeiro lugar, responsabilidade do PR. Devia ter antecipado as eleições e teria poderes que não tem hoje. Não as antecipou porque, na altura em que o podia fazer, as sondagens davam uma maioria considerável ao PS, ele quis manter o governo.

Estamos num enorme imbróglio, numa enorme crise, numa enorme radicalização... Ouvi hoje na rádio as opiniões dos ouvintes e eram opiniões de zanga, de fúria, de irritação. E isso é que é novo. Há uma parte importante dos portugueses que estão literalmente furiosos com o PR.
De alguma forma, Passos fica numa situação fragilizada. Os próximos meses poderão levar a novas eleições?

Poder pode, quando houver um novo Presidente em funções. Aliás, o PR também envenenou as próximas eleições presidenciais, que vão ser todas sobre se o [candidato a] Presidente dá ou não posse a um governo de maioria de esquerda. Não podemos entrar naquilo que se faz na Europa que é: há tantas eleições quantas forem necessárias até que o resultado que eu quero seja obtido nas urnas. Já aconteceu com os referendos na Europa. Não se pode repetir eleições sobre eleições até que dessas eleições saia uma maioria do PSD/CDS. Isso é que é uma condução do processo político facciosa.

Indigitar Passos Coelho parece-me bem, mas dizer o que ele disse a seguir é uma declaração de guerra a uma parte importante dos portugueses. E, evidentemente, isso é um factor de enorme instabilidade.

Houve uma radicalização…

O efeito de radicalização das palavras é que, imediatamente a seguir ao seu discurso, o PS anunciou a apresentação de uma moção, coisa que nunca tinha feito até então. E não tenho dúvida nenhuma que as negociações entre os partidos [de esquerda] correm muito melhor do que antes. Não tenho dúvida nenhuma que há quem queira contestar a posição do PS dentro do partido: ou o faz às escondidas ou através do voto secreto, que é uma atitude cobarde. Em público ninguém o vai fazer: ficam párias dentro do partido.

Foi uma intervenção contraproducente para os objectivos de Cavaco Silva?

Gerou exactamente os efeitos ao contrário do que pretendia. Gerou uma instabilidade que até agora não existia no plano económico e nos mercados. Os mercados estão informados dia-a-dia. Sabem há muito tempo que a probabilidade de haver um governo de esquerda é grande e que este Governo não tem condições para governar. Até agora não houve nenhuma manifestação de que os mercados estavam particularmente assustados, nem nos juros da dívida, nada. A partir de agora pode haver. E se houver a responsabilidade é do PR e de Passos Coelho, se Passos Coelho aceitar um governo de gestão.

Diminuiu o efeito de vitimização da coligação e passou esse efeito para o PS, o BE e o PCP.


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