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terça-feira, 20 de outubro de 2015

A Islândia Mostrou-nos o Caminho... Mas... Foi Recusado!

O Caminho que A União Europeia Rejeitou






A Islândia Mostrou-nos o Caminho... 

O caminho seguido pela Islândia contra a opressão especulativa e financeira, foi recusado pela U. E. e pelos países em crise, como Portugal, Grécia, Itália, Irlanda e Espanha. As consequências dessa recusa estão hoje à vista de todos... Enquanto a Islândia hoje está totalmente fora da crise, os países que seguiram o caminho da austeridade imposto pela União Europeia e FMI, ainda hoje se debatem com graves problemas estruturais, sociais e económicos. 


Com as economias estagnadas e com uma dívida incomportável  (muita dela ilegítima), esses países vão continuar num empobrecimento continuo, porque seus governos preferiram salvar os bancos e seus agiotas financeiros, ao invés de terem salvo o seu povo, a sociedade que é a alma de um país, e não os especuladores usurpadores da economia.



Mas, o que é que os Islandeses fizeram para saírem do estado de falência e de ruína total do país?  

Os Islandeses saíram do seu estado de conforto, do estado de "inércia" e, decidiram obrigar o governo que faliu o país a demitir-se e tomaram as rédeas do país, mudaram a constituição do país, recusaram salvar os bancos e votaram à esquerda nas eleições que se seguiram. Principalmente, recusaram a receita do FMI e da União Europeia, a austeridade! 

Cá, os Portugueses, continuam a eleger os que arruinaram o país... Depois de três falências/bancarrotas do país, este povo ingénuo continua a acreditar naqueles que já lhes arruinaram a vida três vezes!!






Islândia saiu da crise porque "não deu ouvidos" à UE e recusou a austeridade!


«"O colapso da banca em 2008 arrancou mais de 10% da riqueza da Islândia em apenas dois anos e mais do que duplicou a taxa de desemprego para o nível recorde de 11,9%. No entanto, a Islândia foi um dos países europeus que mais depressa sacudiu a poeira da crise, tendo a economia regressado ao crescimento em 2011.

Assente no turismo, nas exportações de peixe e na indústria de alumínio, a economia islandesa recuperou o terreno perdido. A taxa de desemprego oscila, actualmente, entre 3% e 4%, e o Governo antecipa um crescimento de 3,3% do PIB este ano.

O presidente do país, Olafur Ragnar Grimsson (na foto), atribui parte do sucesso ao facto de não terem dado ouvidos aos organismos internacionais, especialmente a Comissão Europeia, que recomendavam a aplicação de medidas de austeridade para suportar a recuperação económica. O presidente sublinhou que, no caso da Islândia, a União Europeia se equivocou. "Porque deveriam ter razão noutros casos?", acrescentou.


Olafur Grissom explicou ainda que a economia está hoje apoiada no turismo e nas exportações de peixe, sobretudo bacalhau. A indústria turística está a crescer há três anos, a um ritmo de 15% a 20%. O país, que tem 320 mil habitantes, recebe todos os anos cerca de um milhão de turistas, provenientes da Europa e Estados Unidos, e agora também da Ásia".» Fonte 



Como os Islandeses lidaram com a crise e com os Agiotas financeiros...





A Islândia mostrou o caminho ao recusar a austeridade

Por: Salim Lamrani

Quando, em Setembro de 2008, a crise económica e financeira atingiu a Islândia – pequeno arquipélago no norte da Europa, com uma população de 320 mil habitantes –, o impacto foi desastroso, tal como no resto do continente. A especulação financeira levou os três principais bancos à falência, de modo que seus activos representavam uma soma dez vezes superior ao PIB do país, com uma perda líquida de 85 biliões de dólares. A taxa de desemprego se multiplicou por nove entre 2008 e 2010, ao passo que, antes, o país gozava de pleno emprego.

A dívida da Islândia representou 900% do PIB e a moeda nacional se desvalorizou 80% em relação ao euro. O país caiu em uma profunda recessão, com uma diminuição do PIB em 11% em dois anos.



Em 2009, quando o governo quis aplicar as medidas de austeridade exigidas pelo FMI em troca de uma ajuda financeira de 2,1 bilhões de euros, uma forte mobilização popular o obrigou a renunciar. Nas eleições antecipadas, a esquerda ganhou a maioria absoluta no Parlamento.
No entanto, o novo poder adoptou a lei Icesave – cujo nome provém do banco online que faliu e cujos correctores eram, na maioria, holandeses e britânicos – com a finalidade de reembolsar os clientes estrangeiros. Essa legislação obrigava os islandeses a reembolsar uma dívida de 3,5 bilhões de euros (40% de seu PIB) – nove mil euros por habitante – em quinze anos e com uma taxa de juros de 5%. Diante dos novos protestos populares, o presidente se recusou a assinar o texto parlamentar e o submeteu a um referendo. Em Março de 2010, 93% dos islandeses rechaçaram a lei sobre o reembolso das perdas do Icesave. Quando foi submetida novamente a referendo em Abril de 2011, 63% dos cidadãos voltaram a recusa-la.

Uma nova Constituição, redigida por uma Assembleia Constituinte de 25 cidadãos eleitos por sufrágio universal entre 522 candidatos, composta por nove capítulos e 114 artigos, foi adoptada em 2011. Ela prevê o direito à informação, com acesso público aos documentos oficiais (Artigo 15), a criação de uma Comissão de Controle da Responsabilidade do Governo (Artigo 63), o direito à consulta directa (Artigo 65) – 10% dos eleitores podem pedir um referendo sobre as leis votadas pelo Parlamento –, assim como a nomeação do primeiro-ministro pelo Parlamento.

Assim, ao contrário das outras nações da União Europeia na mesma situação, que aplicaram escrupulosamente as recomendações do FMI que exigiam medidas de austeridade severas, como na Grécia, Irlanda, Itália ou Espanha, a Islândia escolheu uma via alternativa. Quando, em 2008, os três principais bancos do país – Glitnir, Landsbankinn e Kaupthing – desmoronaram, o Estado islandês se negou a injectar neles fundos públicos, tal como havia feito o resto da Europa. Em vez disso, realizou sua nacionalização.

Do mesmo modo, os bancos privados tiveram que cancelar todos os créditos com taxas variáveis que superavam 110% do valor dos bens imobiliários, o que evitou uma crise de subprime, como nos Estados Unidos. Por outro lado, a Corte Suprema declarou ilegais todos os empréstimos ajustados a divisas estrangeiras que foram outorgados a particulares, obrigado assim os bancos a renunciarem a seus créditos em benefício da população.

Quanto aos responsáveis pelo desastre – os banqueiros especuladores que provocaram o desmoronamento do sistema financeiro islandês –, não se beneficiaram da mansidão que se mostrou diante deles no resto da Europa, onde foram sistematicamente absolvidos. Com efeito, Olafur Thor Hauksson, Procurador Especial nomeado pelo Parlamento, os perseguiu e prendeu, inclusive ao ex-primeiro-ministro Geir Haarde.


Uma alternativa à austeridade

Os resultados da política económica e social islandesa têm sido espectaculares. Enquanto a União Europeia se encontra em plena recessão, a Islândia se beneficiou de uma taxa de crescimento de 2,1% em 2011 e prevê uma taxa de 2,7% para 2012, além de uma taxa de desemprego de 6%. O país até se deu ao luxo de realizar o reembolso antecipado de suas dívidas ao FMI. 

O presidente islandês Olafur Grímsson explicou este milagre económico: “A diferença é que, na Islândia, deixamos os bancos quebrarem. Eram instituições privadas. Não injectamos dinheiro para salvá-las. O Estado não tem por que assumir essa responsabilidade”. 

Agindo contra qualquer prognóstico, o FMI saudou a política do governo islandês – o qual aplicou medidas totalmente contrárias às que o Fundo preconiza –, que permitiu preservar “o precioso modelo nórdico de protecção social”. De fato, a Islândia dispõe de um índice de desenvolvimento humano bastante elevado. “O FMI declara que o plano de resgate ao modo islandês oferece lições nos tempos de crise”. A instituição acrescenta que “o fato de que a Islândia tenha conseguido preservar o bem-estar social das unidades familiares e conseguir uma consolidação fiscal de grande envergadura é uma das maiores conquistas do programa e do governo islandês”.

No entanto, o FMI omitiu omitiu a informação de que esses resultados só foram possíveis porque a Islândia rechaçou sua terapia de choque neoliberal e elaborou um programa de estímulo económico alternativo e eficiente.

O caso da Islândia demonstra que existe uma alternativa crível às políticas de austeridade que são aplicadas na Europa. Estas, além de serem economicamente ineficientes, são politicamente custosas e socialmente insustentáveis. Ao escolher colocar o interesse geral acima do interesse dos mercados, a Islândia mostra o caminho ao resto do continente para escapar do beco sem saída. (fonte, aqui e aqui)



Tradução 













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