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terça-feira, 25 de março de 2014

"A foto do meu Che Guevara Português"!

"A foto do meu Che Guevara Português"!




Alfredo Cunha tinha 20 anos e era fotógrafo no Século há três. Adelino Gomes tinha 29 e estava proibido pelo regime de trabalhar para a Rádio Renascença. Passaram o dia 25 de Abril de 1974 ao lado um do outro, na rua, sem se conhecerem. Aqui!



A 25 de Abril de 1974, o foto jornalista Alfredo Cunha captava uma das imagens icónicas de Salgueiro Maia. "Já está?", perguntou o capitão. "E continuou a revolução", conta o foto jornalista. Um retracto que pode agora ser visto em grande escala no Arco da Rua Augusta, em Lisboa, numa instalação que assinala os 40 anos da Revolução dos Cravos. O olhar tranquilo de Salgueiro Maia ficará voltado para um dos palcos principais da Revolução de Abril até ao dia 1 de Maio.





SALGUEIRO MAIA E A RENDIÇÃO DE MARCELO CAETANO.

Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:

"...Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!

Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas de forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura."





Segue-se, Grândola, Vila Morena:

"Grândola, Vila Morena" é a canção composta e cantada por Zeca Afonso que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos. A canção refere-se à fraternidade entre as pessoas de Grândola, no Alentejo, e teria sido banida pelo regime salazarista como uma música do partido comunista de Moscovo Comunismo. Às zero horas e vinte minutos do dia 25 de abril de 1974, a canção era transmitida na Rádio Renascença, a emissora católica portuguesa, como sinal para confirmar o início da revolução. Por esse motivo, transformou-se em símbolo da revolução, assim como do início da democracia em Portugal.

À meia-noite e vinte minutos da madrugada do dia 25 de abril de 1974, a «Grândola, vila morena» foi tocada no programa Limite da Rádio Renascença. Era a segunda senha que confirmava o bom andamento das operações e despoletava o avanço das forças organizadas pelo MFA.


Em Fevereiro de 2013, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho falava no debate quinzenal com os deputados quando foi interrompido pelo público das galerias a cantar "Vila Morena" como forma de protesto contra as políticas económicas de seu governo e da troika. Dias depois esta mesma música foi cantada em Madrid na Puerta del Sol pela Solfónica aquando de uma manifestação. No dia 18 de Fevereiro, num encontro promovido pelo Clube dos Pensadores, o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, foi igualmente interrompido por manifestantes ao som do Grândola, tendo chegado a entoar alguns versos da música."

Um homem que fez tanto por Portugal... e tão pouco fizeram por ele. Ao fim deste tempo todo, perguntamos... os fantasmas do passado estão de volta???


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